quarta-feira, 16 de junho de 2010

Rabiscos sonoros de um Müller

Mauro Ulrich - Gazeta do Sul

Tocando um instrumento consagrado por outro Renato, o Borghetti, o acordeonista Renato Müller (foto) começa a se destacar como um dos principais músicos do Estado. Ele e a sua gaita-ponto – mais os violonistas Antônio Flores e Killy Freitas – estarão hoje, a partir das 20 horas, no palco do Teatro Espaço Camarim (Floriano, ao lado da Iluminura), em mais uma promoção do Serviço Social do Comércio (Sesc) com o apoio cultural da Unimed VTRP. Ingressos a R$ 5,00 para comerciários com o cartão Sesc, estudantes, idosos e sócios da Pró-Cultura e R$ 10,00 para o restante. Sempre lembrando que o bar do teatro abre uma hora antes do espetáculo, para o público ir se “aclimatando”. 

Müller toca desde guri, mas foi a partir dos 18 anos, na sua Santo Antônio da Patrulha, que, participando de eventos como o Festival Gaúcho de Arte e Tradição (Fegart), começou a encarar a carreira artística com maior seriedade. Aos 20 mudou-se para Porto Alegre, onde atuou na Cia. do Forró e se dedicou, paralelamente, às apresentações com teatro de bonecos e teatro de rua. Foi músico da Companhia de Danças da Cadica Borghetti, do Circo Girassol e ativo participante da Moenda da Canção, onde, na 23ª edição, foi escolhido melhor instrumentista. Entre outras conquistas, está uma indicação ao Açorianos pelo CD Garatuja e um Kikito no Festival de Cinema de Gramado pela trilha sonora de Em Teu Nome, de Paulo Nascimento, filme que está em cartaz na Capital gaúcha. Atualmente estuda bandoneon com o grande mestre Carlitos Magallanes. 

Garatuja – que pode ser traduzido como “os primeiros rabiscos de uma criança” – é o seu disco de estreia, produzido por Pirisca Grecco. E é com ele que Müller vem excursionando pelo interior do Estado, sempre com boa receptividade – o disco, aliás, deverá estar à venda hoje no Espaço Camarim. 

No CD ele desfila todas as suas influências, ritmos que o acompanham desde que começou a tocar gaita-ponto. Estão lá, misturados, elementos do jazz, da salsa, do tango e da música popular brasileira – além, é claro, de um flerte sério com os ritmos do Rio Grande do Sul, muito especialmente a milonga e o chamamé. No show de hoje à noite, preste atenção na participação do Killy, que é daqui e também está preparando o seu CD de estreia, com a presença do Müller no acordeon. É época de Copa do Mundo, uma tabela perfeita que pode dar em gol. 

O QUE FALARAM 

“Quem não lembra os primeiros rabiscos. Giz de cera na mão e rabiscos que iam além do papel: GARATUJA! E olhamos os rabiscos com coração enternecido e os rabiscos são para nós obras de arte! 

Aqui vão os primeiros rabiscos de Renato Müller... Rabiscos musicais! Que tocam a alma, porque é com a alma que rabisca na gaita... 

E ouvimos sua garatuja musical ir direto ao nosso coração e enternecer a alma. 

O que Renato Müller faz é arte! É MÚSICA com letras maiúsculas! Trabalho adulto de suor, inspiração e empenho... Mas que ainda assim, enternece-nos como garatuja! 

Risca na gaita, guri!” (Luís Augusto Menna Barreto, o Lico) 


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