sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Entrevista com o cantor e compositor Juliano Javoski



Juliano Javoski é um dos mais antigos participantes de festivais do nosso estado, e também dos festivais da Argentina e outros por tudo América do Sul. Profundo conhecedor da cultura riograndense, e platina ,tem sua carreira musical firmada há mais de 20 anos , onde teve a oportunidade de conhecer pessoas como Noel Guarani , Jayme Caetano Braun, Cenair Maicá . Traz suas referências músicas baseadas nas obras de Alfredo Zitarrosa, Los Chalchaleros, Atahualpa Yupanqui entre outros.Javoski falou sobre a sua experiência nos festivais nativistas a importância de se repensar algumas coisas sobre este tipo de evento .

“ pois é os festivais são um grande espaço que se criou há quase 40 anos pra gente mostrar aquela música talvez de maior qualidade poética , de maior pesquisa , o que é uma coisa muito importante , mas apesar de ser um grande espaço eu acredito que já está na hora de haver algumas mudanças , porque noto que em alguns festivais está acontecendo uma diminuição de público e uma falta de interesse das emissoras em transmitir esses eventos , eu tenho participado de 8 a 10 festivais por ano , algumas vezes como jurado , outras cantado e atribuo está ausência de público digamos assim e de emissoras também justamente pelo fato de não haver mudanças nesses 40 anos .

Juliano aponta algumas mudanças que poderiam ocorrer nas estruturas dos festivais.

“ poderia ocorrer algumas mudanças por exemplo , na questão da concorrência, eu não acho muito saudável a gente ficar concorrendo com os amigos , companheiros musicais, poderiam ser feitas mostras musicais como se faz na Argentina , essas mostras com convidados , lá da certo não existe está questão de concorrência, eu acho que isso ai vem a somar e acaba com certas indisposições que estão acontecendo , acho que todo mundo ia ganhar com isso principalmente o público .

O cantor ainda comenta sobre o inicio na música “ comecei ainda guri , quando eu sintonizava as rádios da Argentina “

“ olha profissionalmente fazem 24 anos , mas na verdade comecei a gostar e me interessar pela música a bem mais tempo quando era guri ainda , com 8 , 9 anos eu já sintonizava no rádio , um rádio antigo daqueles grande com os botão de madeira ,valvulados , rádios da Argentina e Uruguai , na madrugada eu ficava ali brincando com aquele velho rádio, então sempre gostei muito de ouvir folclore Argentino, desde Ernesto Montiel, a Alfredo Zitarrosa, Los Chalchaleros , Atahualpa Yupanqui.
Hoje se vê a coisa mais expandida mais divulgada , mas na verdade desde guri eu já era familiarizado com este tipo de música daí vem este meu gosto por cantar , hoje estou vivendo só disso tenho 3 Cds lançados fora a participação nos discos de outros músicos .


Juliano comenta , do privilégio de ao longo de sua vida ter conhecido grandes artistas da música nativista e folclórica .

“ eu me considero uma pessoa até privilegiada por vários motivos, por exemplo eu conheci os 4 missioneiros e tive a oportunidade de ver os quatro juntos no palco
conversar com eles e conviver também , as vezes quando eu comento isso ai com as pessoas mais novas , elas ficam de certo modo abismadas , além dos 4 missioneiros eu vi Dom Atahualpa Yupanqui em Porte Alegre em uma de suas apresentações , sentado no corredor do teatro da UFRGS porque não havia mais lugar , consegui um ingresso de ultima hora por que alguém desistiu , eu não sabia da apresentação e por acaso me falaram , mas no final deu tudo certo e conseguir assistir, outro fato marcante na minha vida foi quando vi Alfredo Zitarrosa ao vivo na décima quinta Califórnia da Canção em Uruguaiana que foi um espetáculo inesquecível , isso me referindo a pessoas mais antigas , fora outros que conheço porque costumo freqüentar festivais na Argentina vou pelo menos em 2ou 3 por ano , ai tenho oportunidade de conversar com pessoas como Mário Bonfil, António Tarrago Rôs ,Carlos Talavera, então eu me sinto uma pessoa quase que realizada por tudo isso “


Está entrevista foi feita pelo Radialista Matias Moura , depois da triagem do festival Manoca Do Canto Gaúcho em outubro de 2007.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Rádio comunitária fará a transmissão do Reponte da Canção


A equipe da rádio comunitária de Santa Cruz do Sul 105.9 FM , fará mais uma vez a trasmissão do festival Reponte da Canção da Cidade de São lourenço do Sul nos dias 7 , 8 e 9 de março . Os comunicadores Iran Pas , produtor e apresentador do programa Charla de Domingo que vai ao ar todos os domigos das 9 ás 12horas combates sobre os festivais e muita informação sobre a cultura gaúcha , também fará parte da equipe Matias Moura apresentador dos programas De Terra , Campo e Galpão que vai ao ar das 6ás 8:30 todas as manhãs na emissora e do Galpão do Tamanduá de segunda a sexta das 18 as 19 .

Programa De terra , campo e galpão

A Rádio comunitária de Santa Cruz do Sul 105.9 ganha em sua programação mais um programa com temática regional , que valoriza nossa arte e nossa cultura . O programa De Terra , Campo e Galpão tem produção e apresentação do radialista Matias Moura e irá ao ar todas as manhã das 6:00ás8:30 com o melhor da música nativista , irformações sobre festivais , rodeios e eventos que caracterizam nossa cultura .

“Cantadores somos todos nós”


Aconteceu na cidade de Cachoeira do Sul mais uma edição de um dos maiores festivais de música campeira do estado a XIII Vigília do Canto gaúcho nos dias 05 e 06 Outubro2007.As 16 composições garantiram mais uma vez um ótimo nível para o evento ,foram mais de 500 músicas enviadas para as etapas regional e estadual . Quem venceu foram as pessoas que estiveram lá participando , aplaudindo, concorrendo e vibrando com as músicas que trouxeram ao palco da Vigília toda força da arte do homem regional , singular elemento pampeano habitante desse pedaço de mundo chamado Rio Grande do Sul . Joca Martins junto com Fabiano Bachieri dois dos mais premiados artistas da música nativista de vozes potentes e uma grande alma de campo levaram o primeiro lugar do festival, a dupla interpretou a milonga Cantadores com letra de Marcio Nunes Correia e música de Joca Martins e Fabiano Bachieri conquistaram ainda melhor letra e melhor melodia.
( Fabiano Bachieri e Joca Martins , Fabrício Hardem )

“ Um cantador
é um sentimento que canta
tendo o corpo por imagem
e alma como garganta ,
cantadores somos todos nós
quando mostramos nos olhos
no amor pela pampa “
Marcio Nunes Correia


Joca Martins ainda ressalta o bom momento em que a música nativista se encontra , e fala sobre a volta aos palcos com seu parceiro de anos Fabiano Bachieri .


“ Bueno nossa cultura é maior que todos nós juntos , e nós ainda estamos descobrindo ela aos poucos , por isso importância dos festivais nativistas que regatam valores através das letra , contando o modo de vida da nossa gente , falando de quando cevamos um mate , de quando encilhamos uma cavalo , nós aqui no sul temos esse apego a natureza , então essa letra do Marcio veio nos dizem tudo isso falando do “bicharedo” que canta livre ai , então todos nós somos catadores né! porque carregamos essa mensagem , outra coisa buena que a vigília nos trouxe foi poder estar no palco com esse irmão que é o Fabiano Bachieri porque fazia tempo que nós não cantávamos juntos em festivais”

Joca Martins


Segundo relatos a letra nasceu no V Pampa e Alma , festival de Encruzilhada do Sul , onde os artistas se reúnem numa confraternização pela arte Gaúcha

Alma de Juá florido !


O segundo Lugar trouxe a palco a voz da juventude nativista ,Alma de Juá florido Letra de Fábio Maciel música de Mateus Leal e André Teixeira , interpretada brilhantemente por Marcelo Oliveira , Mateus Leal , André Teixeira , Guilherme Collares, Ediberto Bérgamo e Guilherme Ceron.O interprete Marcelo Oliveira , fala sobre dar cada vez mais espaço para a juventude nos festivais por que é ela quem vai dar continuação a esse movimento.
(Marcelo Oliveira e André Teixeira)


“ cantar aqui na vigília é sempre bom , porque o público recebe bem as músicas , hoje ainda mais porque estamos com essa gurizada nova ai , eu me recordo que quando comecei nos festivais eu via nos olhos das pessoas mais velhas que já estavam a mais tempo nessa estrada como Eliezer Tadeu de Souza , Eron Vaz Mattos e outros um brilho porque nós estávamos dando continuidade a essa proposta de cantar as coisa do campo, então hoje , eu sinto isso também ao ver esse jovens como o Matheus Leal , o André , o próprio Fábio Maciel e muitos outros que estão buscando seu espaço , troduzindo trabalhos lindos , com músicas ricas e arranjos e letras e que venham novos poetas , compositores porque a sempre essa renovação de valores “



  • Marcelo Oliveira



Questionamos o cantor sobre a importância da internet para os eventos nativistas ele respondeu o seguinte ?


“olha eu não entendo muito de internet !heheh!quem mexe mais com essa parte é o meu irmão, mas hoje ela tem contribuído para o movimento dos festivais , porque a informação chega mais rápido até as pessoas , tu já sabe quem passou numa triagem no mesmo dia já , ou o resultado dos festivais tu vai vê já ta ali , então isso tem contribuído e muito até pras pessoas nos conhecerem mais , as vezes só conhecem a nossa voz né !hehe! ali tu olhar e ouvir então tanto o Blog Pulperia quanto o apaysanado e outros sites e blogs tem nos ajudado as fazer essa ligação com as pessoas . e que venham mais , por que ganha com isso é a cultura”
( Matheus Leal e Marcelo oliveira )

“Flozita branca do campo
que pealou na madrugada
pra enfeitar a manhanita
ao clarear desabrochada
qual a saudade de alguém
que volta por quase nada “

Fábio Maciel
Todo o romantismo da nossa música campeira , esteve presente nesta canção , segundo André Teixeira , um dos compositores da música é importante cada vez mais pesquisar , criar novas melodias , seguindo sempre nossa temática regional e evoluir nosso modo de fazer música que é tão rico em arranjos e temas , o músico ainda diz :

“ se depender da nossa juventude nativista ,
nossa música jamais se perderá
no espaço e no tempo
e nunca morrerá "


( André Teixeira )

Serenata

Já o terceiro lugar ficou com uma das representantes da fase local da Vigília , a Canção Serenata letra de Rafael Teixeira Chiappeta e música do mestre da guitarra criuolla Dom Lúcio Yanel que junto do interprete que á mais de 15 anos participa de festivais nativistFlávio Hanssen fizeram uma verdadeira “serenata” homem, guitarra e sentimento arrancaram muitos aplausos do público!

(Lúcio Yanel e Flávio Hanssen )
(Dom Lucio Yanel)

“Fiz acordes na guitarra
Dando vaza pra o meu canto
Comecei a serenata
Entoando um acalanto
Me postei qual um sorçal
Bem no pé da laranjeira
Percebi que os olhos dela
Eram Gêmeos da Boieira
” Rafael Teixeira Chiappeta"
(Piriska Grecco e Patrocínio Vaz Ávila)

Valêncio se fez alheio pelo silêncio da estrada
O Valêncio da voz clara do jeito simples da terra
Dos causos de campo e de guerra nas tardes de chuva mansa
Quando inventava lembranças pelo gosto das quimeras
(Matheus Neves da Fontoura)


Parabéns a todos os premiados na XIII Vigília do canto Gaúcho! Principalmente aos músicos que emocionaram o público com a canção Alheio que levou o troféu de música mais popular , letra de Matheus Neves da Fontoura e música de Clênio Bibiano da Rosa, interpretada por Piriska Grecco e Patrocínio Vaz Ávila , representando a cidade de Cachoeira do Sul .

(Patrocínio Vaz Ávila)
Talvez valêncio reencontre depois de muito andejar
Um canto pra trabalhar , um resto de primavera
E redescubra as quimeras nas tardes de chuva mansa
Reinventando lembranças em causos de campo e guerra

(Matheus Neves da Fontoura)

Que o senhor do tempo continue sempre ilumine nossos poetas , músicos e compositores pra que cada vez mais tenhamos letras , melodias , que nos emocionem , falando de gauchadas , causos , amores e principalmente da nossa gente Gaúcha ! E quando nós Cantadores sairmos A campo fora, talvez A trote no silêncio que sabe façamos uma Serenata com temas Do que a tarde não vê Prá sustentar o que é certo Lá pro quinto distrito encontraremos um Rincão de luz a onde um velho Alheio inventa lembranças De vida e caminhos Ao pé do fogo ou encontraremos uma Alma de juá florido que cruzara a estrada No amanhecer da porteira e Frente ao teu grito de forma ficaremos a mirar a boca de algum capão Onde um guaxo dobra os punho num escarcéu barbaresco como uma Briga de que tem pena !


Fotos e entrevistas do Radialista Matias Moura Rádio comunitária de Santa Cruz do Sul .