terça-feira, 4 de maio de 2010

Um gaúcho que canta o Rio Grande de agora

Cantor missioneiro que já transitou nos maiores palcos do estado, Ângelo Franco é um dos músicos mais destacados na música nativista. Conquistou muitos prêmios em diversos festivais e com seu talento, firmou seu espaço entre os músicos mais jovens. Seu canto tem a característica de trazer temáticas atuais como "Coplas de um gaúcho brasileiro", "Cosa braba". Outras canções são curiosas como "História de um pala", que faz referência ao imortal Noel Guarany. Ao lado de Robledo Martins e Nilton Ferreira, venceu o 25º Reponte com a zamba "O poeta e a estrela". Ângelo tem prêmio até em Brasília. Quando Shana Muller foi melhor intérprete no Festival Pampa e Cerrado, a música era "Gaúcha bandeira"; uma parceria de Ângelo Franco e Érlon Péricles.



Ângelo Franco ao lado dos parceiros do Buenas e M'espalho no Jornal do Almoço

Estes nomes são bem ligados à Ângelo Franco. Ao seu lado; Érlon Péricles, Shana Müller e Cristiano Quevedo formam o grupo Buenas e M'espalho,uma proposta de unir amigos que buscam aliar o gosto pelo nativismo com uma linguagem atual e ainda reforçar a juventude na música regional. E começaram bem. O disco "A bombacha da modernidade" teve seis indicações ao Premio Açorianos de Música, oferecido pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre e sagrou-se vencedor com o prêmio de melhor CD Regional 2008. Além do mais, o Buenas e M'espalho foi programa de rádio até fevereiro de 2009.




Ângelo Franco ao lado de Robledo Martins e Nilton Ferreira: vitoriosos no 25º Reponte

Agora, Ângelo Franco está voltado ao seu novo trabalho: "De onde venho". O disco traz canções que já são conhecidas nos palcos dos festivais e outras que são novidades.O lançamento já tem data definida. Para saber um pouco mais sobre a carreira de Ângelo Franco, confira a entrevista concedida ao De terra, campo e galpão:




Capa do CD A bombacha da modernidade do Buenas e M'espalho



Por João Cléber Caramez

1 - Como começou a tua carreira no cenário nativista?

Comecei a cantar antes dos sete anos de idade, quando meus pais saiam para bares ou casas de amigos. Eles tinham o hábito da música ao vivo. Minha mãe e tias cantavam. Então um dia eu também comecei, mas meu primeiro festival foi a jornada nativista de Caibaté em 1985. Um festival profissional onde participavam nomes como João de Almeida Neto, Daniel Torres, entre outros e já saí com a musica mais popular aos 11 anos. 

2 - Quais são as tuas principais influências na música?

Principalmente o chamamé argentino, que aprendi a cantar antes de qualquer coisa e depois a música missioneira e por fim, os festivais pioneiros; Califórnia, Tertulia, Coxilha, enfim.





Capa do 2º CD: Eu sou gaúcho



3 - Tu sempre trabalhas com temáticas sociais e também trata de assuntos do nosso cotidiano. Como surgiu essa concepção para transformar isso em música?

Eu sou missioneiro. Acho que isso vem do ímpeto que a música missioneira sempre trouxe na atitude de seus cantores que sempre cantaram opinando.Acredito que o momento histórico real é o que mais falta na música regional gaúcha da atualidade. Cantamos imagens de um Rio Grande lindo e pastoril que existe apenas para poucos e apaixonado. Sou campo em origem, mas como a maioria já não vivo lá. E o campo em que me criei, também não é mais o mesmo. 

4 - Como começou a tua participação nos festivais? Quais foram as tuas participações mais recentes?

Conforme relatado, comecei em 1985. As mais recentes foram no mês de abril de 2010.






O Buenas e M'espalho em estúdio durante o extinto programa na Rádio Rural




5 - Como é a tua relação com outros músicos, principalmente com teus parceiros musicais?

A melhor possível. Trabalho com músicos de todas as regiões e de todos os estilos e também me julgo um colega ético. É bem verdade que tenho muitos amigos de verdade no meio, meus parceiros efetivos são como irmãos. 

6 - De que forma surgiu o projeto Buenas e M’espalho e qual a importância dele para tua carreira?

O projeto é muito importante pra todos nós, a união nós deu mais visibilidade. O Buenas começou pela amizade, os churrascos e a afinidade musical. Então decidimos colocar em prática após uma matéria feita pelo jornal Zero Hora, a respeito da nossa turma. 

7 - Fale um pouco sobre os teus trabalhos “Coplas de um gaúcho brasileiro” e “Eu sou gaúcho”. Qual é a composição mais marcante?

De todas as minhas composições, as mais marcantes são: Chacarera do Tempo e Coplas de um Gaúcho Brasileiro, além da mais recente: É Aqui Junto ao Chapéu, que está no novo disco, intitulado De Onde Venho e no disco Buenas E Me Espalho. O interessante é que cada disco teve uma resposta, mas com o mesmo público, ou seja, as pessoas que param para ouvir.





Participação do Buenas e M'espalho no programa Galpão Crioulo

8 - Qual é a importância dos meios de comunicação, como a internet, o rádio; para a divulgação do nativismo?

Importância total. No rádio temos pouco espaço, mas a internet nos permite recuperação.


9 - De que forma podemos atrair cada vez mais a nossa juventude para o meio nativista?

Abrindo mais as portas do que fechando, além de tratarmos a musica do sul como musica brasileira e universal. Não como cultura alienígena de grupos isolados. Também somos show nacional.

10 - Recentemente, foi lançado o teu terceiro trabalho, "De onde venho". Como está a divulgação do disco? Quando será o lançamento e quando chega às lojas?

Nas lojas já está chegando. O lançamento oficial, já aviso o público em primeira mão, se dará no dia 18 de maio em Porto Alegre, no teatro Túlio Piva as 20h30min.



 Capa do trabalho mais recente: De onde venho




11 Deixe um chasque para todos aqueles que admiram o teu trabalho e também os teus contatos.


Vamos banir a idéia uniformizada e vamos prestar atenção no que cada um tem de especial. Tem lugar pra todos e se somos consumidores, que sejamos consumidores preparados. O que se diz cultura tem que trazer algo mais, além de  modismos sejam eles urbanos ou rurais. A moda muitas vezes não reflete o que de fato somos, sejamos nós, o gaúcho que realmente somos, com o nosso povo, nosso ancestrais e vivendo o nosso tempo com coragem e autenticidade.Tenho visto gente incorporando costumes de outras regiões, pregações de gauchismo infundadas e isso não colabora pra identidade real de um povo que se diz orgulhoso de si.




Visitem o blog do cantor Ângelo Franco







www.angelo-franco.blogspot.com



Colaboração: Thiago Suman

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