Xirú Antunes: declamador desta obra
1- Como foi a concepção deste trabalho intitulado "Meu canto - poemetos de campo"?
2- Fale um pouco deste trabalho, como ele será desenvolvido e o que representa para a tua carreira?
3- Como será a divulgação, já que é bastante recente e como tu acreditas que as pessoas receberão este trabalho?
4- Tu acreditas que os poemas tem poucos espaços (locais, festivais) para serem apresentados porque a música é dominante?
Certamente. Tempo atrás, existiam diversos espaços para poesia, inclusive, diversos festivais. Hoje, podemos contar nos dedos. Não é que a música domine, mas é a cultura das pessoas que muitas vezes estão a frente de prefeituras, de eventos, e que preferem apostar em outro tipo de arte, exatamente por serem pessoas despreparadas que muitas vezes estão ali apenas politicamente.
5- Existe uma projeção para um eventual segundo trabalho entre essa parceria?
Sim, provavelmente faremos outros trabalhos neste estilo com o poeta Eron Vaz Mattos.
6- Como é a tua convivência com os teus parceiros Eron Vaz Mattos e Silvério Barcellos?
Muito boa. Obviamente, quem bebe da mesma fonte tem algo em comum e estas coisas aproximam as pessoas e as tornam bem relacionadas.
7- Tu acreditas que os "poemetos de campo" podem ser mais valorizados na mídia e que novos poetas e declamadores possam seguir os rastros de grandes ícones como Jayme Caetano Braun?
Acredito pela força dos versos, vai levar um bom tempo ainda. É um trabalho para ser visto com carinho e bastante calma. Uma expressão folclórica leva no mínimo trinta anos para se aculturar. Certamente que novos poetas e recitadores podem e devem seguir os caminhos de Jaime. Ele era um poeta que opinava e muito, esta era a grande característica dele, não ficar em cima do muro e assim que a coisa deve ser, porque como disse Noel, é um dever dos payadores falar o bem da verdade e se Deus deu este dom, é preciso também usar contra injustiças. Tem que existir também um papel social nisto tudo.
8- Conte um pouco para nós um pouco do teu sentimento ao escrever poemas e mais tarde, declamá-los. O que é necessário para ser um grande poeta e um grande declamador?
Um poema é uma forma de ver o mundo. Escrever é estar vivo, ter consciência do ser. E aqui nesta querência do sul, é estar de bem com os avós. Necessário para ser um grande poeta e declamador primeiramente é ter este dom, depois é saber cultivar com humildade e respeito as nossas raízes, preservar sem excessos nem agressividades e principalmente ter intimidade com a natureza.
9- Quais são as tuas principais fontes de inspiração para compor? Tu tens referências que influenciam no que escreves?
São elas as mesmas referências que me influenciam: o campo, os elementos que o compõem, suas peculiaridades. Muitas delas eu vi e fiz parte no segundo distrito de Piratini, quando era mais novo. Muitas destas coisas encontrei nas palavras dos poetas Osiris Rodriguez Castillo (uruguayo), Serafin Rota Garcia (uruguayo), Jaime Caetano Braun, Aureliano de Figueredo Pinto, Athaualpa Yupanqui(Argentino), entre outros. Enfim, o trabalho de pesquisa mesclado a minha vivência no campo junto ao meu dom, me deram a minha organização descritiva.
10- Deixe um chasque para aqueles que admiram os trabalhos poéticos como este e os teus contatos.
Primeiramente, agradecer a todos que de uma forma ou de outra admiram as coisas que faço, agradecer a ti pela atenção dispensada, meu fone é 5381187878, meu email é xiruantunes@hotmail.com, estou a disposição no que diz respeito a cultura das três pátrias, um abraço e gracias.
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